Fanfic - O Apatriado


Várias memórias de minha infância estão espalhadas pelas ruas da Alemanha, assim como os cartazes estampando o rosto de Adolf Hitler, pregando o ódio contra todas as características que diferem de ser um alemão ideal sobre a visão do nazismo. 
Antes de tudo isso começar, recordo-me de andar pelas ruas e receber alguns olhares tortos. Nunca me questionei o porquê, afinal, eu nasci na Alemanha e era tão alemão quanto os outros. Infelizmente, a minha cor de pele fazia-os terem dúvidas quanto a esta afirmação.
Em 1935, fui considerado "sangue estrangeiro" e me foi entregue um passaporte que me identificava como "negro apátriado". 
Sofri insultos e violência na sala de aula. Em 1941, fui oficialmente expulso de minha escola. 
Lembro-me de uma amiga que vivia próximo a mim, não tinha mais que 11 anos e foi esterilizada a força.
A comunidade negra não era muito grande, portanto todos sabíamos o que acontecia uns com os outros, as notícias corriam aos nossos ouvidos. Sabíamos sobre o garoto de 15 anos internado em Buchenwald; sobre a família negra presa em um zoológico como atração para o público; sobre os que fugiam para outros países por medo da esterilização. 
Apesar de nunca termos sido tão relevantes para os nazistas ao ponto de criarem programas para nos exterminar, as portas começaram a se fechar, até sermos proibidos de frequentar certos lugares e não termos direitos para estudar em uma universidade.
A Alemanha inspirava ódio e expirava violência. O medo nos preenchia cada vez mais. Meu pai e eu conseguimos fugir para os Estados Unidos, minha mãe continuou em solo alemão. Ela era branca, uma verdadeira alemã na visão deles, então conseguiu sobreviver.
A minha luta continua até hoje, mesmo a guerra tendo acabado. O racismo ainda está entre nós, mesmo que muitas vezes oculto ou disfarçado de humor. 
Mesmo sendo uma obra fictícia, os fatos e vítimas descritos aqui existiram. Por isto, mesmo que eu não seja completamente real, a comunidade negra realmente passou por tudo isto. Eu, como personagem, estou apenas contando a história de todas as vítimas da época para que isto não venha acontecer nos tempos atuais, pois como já disse Edmund Burke, "Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la".

Autores: Aline, Ana Clara, Kelvin, Matheus e Pedro 

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